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VULNERABILIDADE: O PODER DE TRANSFORMAR

Atualizado: 3 de dez.

O casamento é o maior palco para exibirmos nossas fraquezas. De repente, a mocinha acorda com mal hálito e tem vários defeitos na pele sem maquiagem, o mocinho é bagunceiro e impossibilita qualquer pessoa de usar o banheiro depois dele, e assim vai. É impossível ser perfeito entre quatro paredes: nos decepcionamos e nos envergonhamos. Nos irritamos com mínimos detalhes que não fazem sentido e exibimos atitudes que jamais teríamos no período de namoro.


Muitas brigas começam nesses pequenos detalhes: esperamos que nossos parceiros sejam perfeitos e temos medo de assumir nossas fraquezas e sermos rejeitadas. A dificuldade em abraçar a vulnerabilidade faz com que levantemos muralhas ao nosso redor, mas afinal, de quem estamos nos protegendo?


Ter medo de ser vulnerável é consequência do medo da não aceitação. Vulnerabilidade é a capacidade de amar primeiro, de investir em algo que pode ou não dar certo, de servir sem medo de ser recompensada ou vista. Quando superamos esse medo, nos tornamos livres para amar verdadeiramente, para viver uma vida completa e totalmente entregue, fazendo o nosso melhor e desfrutando de uma intimidade ímpar.


Porém, essa aceitação e medo de não ser amada não deve ser depositada completamente em nossos cônjuges. Deus é o nosso pai, quem nos amou primeiro, o único que é capaz de nos preencher completamente com seu amor e com a certeza de que somos aceitas e amadas.


O PROBLEMA DO MERECIMENTO

No contexto capitalista em que vivemos, acreditamos que se trabalharmos duro, se nos esforçarmos ao máximo, se fizermos tudo certo, iremos conquistar o que queremos. Porém, a Bíblia nos conta uma realidade diferente. Na nossa vida espiritual, Deus nos amou primeiro, sem que merecêssemos sua misericórdia e aceitação. Ele nos chamou da maneira que estamos para vir e aprender dEle, sentarmos à mesa e desfrutarmos. Só precisamos nos render – e aqui é a chave para desfrutar. Ser capaz de nos entregar é o primeiro passo, e talvez os passos seguintes, vivendo uma vida de redenção aos seus pés.


Assumir uma atitude de vulnerabilidade perante a Deus é nos colocar à sua disposição e em posição de obediência, esperando Sua vontade para nós. O casamento é o lugar perfeito para que Ele nos aperfeiçoe de acordo com seu propósito e Sua vontade. Às vezes questionamos a liderança de nossos maridos, julgando saber mais ou ter mais discernimento de alguma situação, porém não se trata de quem está certo, mas de como vamos aprender a aceitar sermos lideradas.


Assumir uma atitude de vulnerabilidade nos previne de tomar decisões erradas e precipitadas e nos dá a oportunidade de desfrutar uma vida mais leve e cheia de amor. Entenda que não há nada que você possa fazer para aumentar o amor de Deus por você: com PhD ou não, filhos ou não, ministério ou não, medalhas ou não, você é amada! Não merecemos e nunca iremos merecer, então não espere se sentir digna para repousar e desfrutar de uma vida de amor.


O QUE NOS TORNA VULNERÁVEIS?

Nós só somos capazes de dar aquilo que temos. Só conseguimos ter compaixão se formos compassivas conosco; só conseguimos amar à medida que nos amamos primeiro. Entender nossos pontos de vulnerabilidade nos faz chegar à raiz de nossos maiores medos e nos capacita a superar nosso impedimento para uma vida plena e feliz.


O que te torna vulnerável? Pedir ajuda, dizer “eu te amo” primeiro, dizer “não”, ser vista descansando? Muitas vezes, o que acreditamos ser uma fraqueza não passa de um medo de não ser perfeita e não ser aceita. Querer carregar o mundo nas costas é uma atitude de orgulho e independência, que foram a raiz da queda do homem. E o orgulho só nos impede de nos tornar pessoas melhores e nos sobrecarrega com coisas que não precisamos suportar.


A Bíblia diz que “no amor não há medo; pelo contrário, o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo implica castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. (1João 4:18)”. Quando estamos cheias de amor, não há espaço para termos medo de rejeição nem erros. Todas estamos em um processo de crescimento e amadurecimento, e nesse processo iremos falhar para poder nos tornarmos melhores.


Um “felizes para sempre” não nos ensina nada. Não teremos vidas perfeitas, com atitudes perfeitas e uma família perfeita. Teremos o que Deus sabe que precisamos para nos aperfeiçoarmos dia após dia, com amor e perseverança, numa jornada longa e gratificante. Ao aprendermos ser compassivas conosco, abraçamos nossa vulnerabilidade e descansamos do mito da perfeição.


Como já dizia Sócrates, “Só sei que nada sei”. Somos aprendizes nesse mundo, devendo nos livrar da ideia de independência, orgulho e perfeição, uma vez que não somos detentores da verdade. Livre-se desse peso e seja livre para amar e ser amada plenamente!



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